domingo, 30 de janeiro de 2011

AS RUNAS

 Origens das runas

A origem das Runas data de tempos imemoriais, oriundas do norte da Europa, muito antes do aparecimento do cristianismo. Os mestres rúnicos da antigüidade riscavam os seus símbolos sagrados em seixos ou em gravetos de uma árvore frutífera, utilizando até o próprio sangue para dar-lhes a força mágica espiritual que almejavam.
Na antigüidade, o profundo conhecimento acumulado era transmitido de geração a geração a um círculo de homens sábios e mulheres de conhecimento que haviam sido iniciados para isso, mas mesmo assim, ele jamais foi monopolizado e concentrado na mão de um grupo restrito como freqüentemente acontece quando o poder é manipulado.
Muitos mestres adicionavam novas revelações recebidas durante a convivência intensiva com o oráculo mantendo assim a chama das Runas acesa durante milênios.
Mesmo no mundo material da atualidade, os símbolos rúnicos continuam vivos e alcançáveis por quem quer que se interesse por eles. O convívio estreito com o oráculo faz com que o "runamal" ou mesmo o próprio consulente, ganhe uma intuição quase infalível. Embora as Runas representem o oráculo europeu mais antigo não quer dizer que elas não se adaptem a jogos da modernidade.
A própria raiz da palavra Runa, o "ru", em língua germânica arcaica, é sempre ligado a segredos e mistérios ou a algo muito confidencial. Runwita era um sábio ou conselheiro do rei, conhecedor de todos os "segredos". Runa em alemão arcaico tem o mesmo significado que "raunen" em linguagem atual e quer dizer sussurrar ou confidenciar. O "roun" dos escoceses antigos e o "rún" da Islândia tem a mesma conotação, sempre associado a mistérios e segredos.
Na ocasião em que a atual Grã-Bretanha foi colonizada pelo anglo-saxãos, existiram alfabetos rúnicos com o número de símbolos diferenciados (28 letras e posteriormente 29.)
Na região norte da Inglaterra, acima do rio Humber, um pouco mais tarde haviam 33 símbolos - o verdadeiro alfabeto, que além de ser a base para as escritas nórdicas e teve seu uso em magias, rituais e oráculo é o F U TH A R K , composto de 24 símbolos, agrupados em 3 "aetts", ou seja, conjuntos de 8 letras cada, lidas da direita para a esquerda.
O primeiro "aett" corresponde às Runas Fehu, Uruz, Thurisaz, Ansuz, Raido, Kano, Gebo e Wunjo e a sua regência é de Freyr e Freyja, divindades da fertilidade e da criatividade.
O 2º grupo de "aetts" é composto de Hagalaz, Nauthiz, Isa, Jera, Eihwaz, Perth, Algiz e Sowelu. regidas por Hemdal e Mordgud , respectivamente o Deus da proteção pessoal e a Deusa, guardiã das entradas para os mundos subterrâneos.
O 3º "aett", tem a proteção do Deus Tyr e de sua companheira Zisa. São entidades guerreiras que em especial, resguardam a autodefesa do individuo. As Runas são: Teiwaz, Berkana, Ehwaz, Mannaz, Laguz, Inguz, Othila e Dagaz.

RUNATHAL
(extraído do Havamal)
138 Ferido estava eu em um local varrido pelo vento, Durante nove longas noites, ferido por uma lança, prometida a Odhinn, ofereci- me em sacrifício, Os mais sábios não sabem de onde saem as raízes desta antiga árvore

139 Não me deram nenhum pão. Não me deram nada de hidromel, minha cabeça pendia. Com um forte grito tomei as runas, e daquela árvore caí;

140 Nove disposições aprendi do famoso Bolthor, pai de Bestla: Ele me verteu uma dose de precioso hidromel. Mesclada com Odrerir mágico;

141 Cresci forte e lancei bem: Palavra por palavra me deram palavras. Feito por feito me deram feitos;

142 Runas encontrarás e estrofes legíveis. Estrofes muito fortes, estrofes muito robustas. Estrofes que Bolthor pintou, feitos por poderes enormes. Gravadas pelo Deus Profético;

143 Para os Deuses e por Odhinn. Para os Elfos por Dain. Por Dvalin, também, para os anões. Por Asvid para os odiosos gigantes. E para alguns eu mesmo entalhei: Thund, antes que o homem fosse feito, as entalhou. Quem quer fazer-se o primeiro, instrua-se com isto;

144 Aprende como corta-las, aprende como le-las, aprende como pinta-las, aprende como prova-las, aprende como evoca-las, aprende como anota-las, aprende como espalha-las, aprende como dispensa-las;

145 Melhor não pedir muito ou prometer demasiado. Pois presente exige presente. Melhor não matar do que matar em demasia;

146 O primeiro encantamento que é desconhecido a governantes. Ou qualquer espécie do gênero humano. Assistência é chamada, porque ajuda pode se dar em horas de dor e angustia;

147 Conheço um segundo que os filhos de homens devem aprender se desejam ser curandeiros;

148 Conheço um terceiro: No calor da batalha. Se tenho grande necessidade, embotará as lâminas dos inimigos. Suas armas não farão nenhum dano;

149 Conheço um quarto: Me livrará rapidamente se os inimigos querem sujeitar-me rápido com correntes fortes. Um encanto que faz com que os grilhões saltem dos pés, e as ataduras saiam das mãos;


150 Conheço um quinto: Nenhuma flecha em movimento. Apontada para causar dano aos homens. Demasiado rápido votará, como que para colhe-la com meus dedos. E sustento-a em meio ao ar;

151 Conheço um sexto: Me salvará se um homem entalha runas nas raízes de uma árvore, com o intento  de ferir-me. Assim volta-se o feitiço. O odioso prejudica-se, não eu;

152 Conheço um sétimo: Se estou em casa, e chamas estão em volta de meus companheiros. Por mais quentes que estejam, eles nada sentem, se me ponho a cantar o feitiço;

153 Conheço um oitavo: Por meio dele todos se alegram, o mais útil para os homens: Se o ódio ruge no coração de um guerreiro, rápido o acalmará e o curara;

154 Conheço um nono: Quando necessito salvar meu barco da inundação. O vento se acalmará, as ondas se reduzirão, e colocarei o mar para que durma

155 Conheço um décimo: Se fantasmas perturbadores, colocam-se em meio ao alto do lugar, posso faze-los vagar perdidos. Incapazes de encontrar suas formas. Incapazes de encontrar seus lugares;

156 Conheço um undécimo: Quando guio em batalha a velhos camaradas em armas, somente tenho de coloca-los atrás de meu escudo. Sem feridas iram guerrear, sem feridas voltarão da guerra. Ilesos onde quer que estejam;

157 Conheço um décimo segundo: Se uma árvore tem um enforcado dependurado, posso nele entalhar e pintar runas fortes, que farão o cadáver falar, respondendo a qualquer coisa que eu pergunte;

158 Conheço um décimo terceiro. Se derramo um cálice de água em um guerreiro. Ele não se deformará nem na mais feroz batalha. Nem cairá abaixo da espada;

159 Conheço um décimo quarto que poucos conhecem: Se falo a uma tropa de guerreiros sobre os Altíssimos, Elfos e Deuses, posso nomeá-los um por um.(Poucos conhecem  nomes dentre simplórios).

160 Conheço um décimo quinto, que primeiro Thjodrerir cantou ante as portas de Delling, Dá poder aos Deuses, proeza aos Elfos, Dom de Hroptatyr Odhinn,

161 Conheço um décimo sexto: se vejo uma garota com quem me agradaria jogar, posso voltar seus pensamentos. Posso tocar o coração de qualquer mulher.


162 Conheço um décimo sétimo: se o canto, a jovem mulher demorará em me abandonar.

163 Aprender a canta-los, Loddfafnir, Te tomará um longo tempo, ainda que útil eles são, se os entende. Úteis se os usa. Necessários se os necessita.

164 Conheço um décimo oitavo que nunca digo a donzela ou a esposa de um homem, Um segredo que escondo de todos, Exceto  para o amor que está em meus braços, ou para minha própria irmã.

165 O sábio tem dito palavras na entrada, Necessário para os homens é saber, Desnecessário para os Trolls é saber: Hail ao porta- voz, Hail ao conhecedor, Júbilo a quem tenha entendido, Deleite  aqueles que tenham escutado.


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